Análise | Especial Poder e Política

Um acontecimento que dispensa análises

Charge: RIBS

Ontem, 03/08, 263 deputados foram a favor do relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que pedia a rejeição da denúncia da Procuradoria Geral da República por crime de corrupção passiva contra Michel Temer, atual Presidente da República.

Mesmo que haja um vídeo do então assessor de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, saindo de um restaurante em São Paulo com uma mala contendo R$ 500 mil destinados ao presidente.

Mesmo que haja uma gravação em que Michel Temer e Joesley Batista discutem a compra do silêncio de Eduardo Cunha.

Mesmo que Ricardo Saud, diretor da JBS, tenha afirmado que Temer recebeu R$ 15 milhões do Partido dos Trabalhadores para financiar sua ascensão à presidência, e que o presidente teria “guardado” R$ 1 milhão para si.

Mesmo que Saud tenha afirmado, em delação premiada, que discutiu e combinou com Michel Temer e Rodrigo Rocha Loures o pagamento semanal de propinas da JBS para ambos pelos próximos 25 anos, apelidada de “aposentadoria”. Tais pagamentos seriam uma retribuição da empresa a uma decisão do CADE sobre o preço do gás, que teria beneficiado a JBS.

Mesmo que Rodrigo Janot, Procurador Gera da República, tenha afirmado após investigações que Michel Temer esteve em articulação com Aécio Neves e outros para impedir que as investigações da Operação Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos.

Mesmo com todas essas denúncias a serem investigadas, 263 deputados votaram para que Temer não seja investigado. Neste acontecimento, não há o que analisar: os fatos falam por si.



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