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Conheça a proposta

Jean Wyllys

Campo de exposição: onde Jean Wyllys é acessado?

O ex-parlamentar utilizava ativamente suas redes sociais digitais, onde divulgava pautas da Câmara dos Deputados, campanhas e anúncios.

Seus principais veículos de comunicação são o Facebook, com 1,2 milhão de curtidas, o Twitter, com 759 mil seguidores e o Instagram, com 468 mil seguidores. Também possui um site próprio, jeanwyllys.com.br, onde divulga notas e manifestos.

Acontecimentos:

Ganhador do BBB5

Sua participação e vitória na quinta edição do BBB, em 2005, o projetou para a fama. No programa, se assumiu gay no horário nobre da televisão brasileira e constantemente pautava este tema em conversas com os outros participantes, numa época em que debates sobre sexualidade tinham pouco alcance e visibilidade.

Eleição para deputado federal

Foi eleito deputado federal em 2010; com uma votação tímida, assumiu a cadeira graças à legenda do PSOL. A atuação na Câmara dos Deputados ampliou a visibilidade midiática de Jean, em especial pelas discussões de pautas progressistas e consideradas polêmicas, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, legalização do aborto e descriminalização da maconha, além da denúncia de violações de direitos humanos. Os embates com outros parlamentares, principalmente aqueles da chamada “bancada evangélica”, também foram amplamente publicizados pela mídia. Foi reeleito em 2014 e 2018, não assumindo o último mandato.

Cusparada em Jair Bolsonaro

Após a votação da denúncia do impeachment de Dilma Rousseff, em abril de 2016, Jean discutiu com o então deputado federal Jair Bolsonaro, e cuspiu em seu rosto. A briga aconteceu após Bolsonaro proferir insultos homofóbicos contra Jean. A situação foi fotografada e amplamente difundida na mídia e nas redes sociais federais, com uma grande polarização acerca das moralidades do ato.

Fake news

Jean é alvo de fake news e boatos desde que assumiu o mandato; estes se intensificaram após as eleições de 2014. Em sua maioria, são atribuídas a Jean frases polêmicas, projetos de lei falsos, falas editadas e, mais recentemente, notícias falsas que associam seu nome com defesa da pedofilia e intolerância aos cristãos. Essas informações são difundidas e retransmitidas aos montes na Internet, com a participação de figuras públicas como o cantor Lobão e o agora deputado federal Alexandre Frota.

Autoexílio

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo no dia 24 de janeiro de 2019, Jean revelou que estava deixando o Brasil e abrindo mão do seu terceiro mandato como deputado federal. O anúncio repercutiu principalmente nas redes sociais digitais, com o pronunciamento de diversas figuras públicas (apoiando e rechaçando) e gerando um fluxo de fake news que associavam o autoexílio de Jean com a tentativa de assassinato sofrida por Jair Bolsonaro em setembro de 2018.

Públicos e valores evocados:

Jean Wyllys convoca públicos que se relacionam, principalmente, com sua atuação parlamentar e sua identidade enquanto sujeito LGBT. Esses públicos se orientam em relação à identificação com essas pautas e com a imagem pública de Jean (LGBTs, feministas, negros, pessoas de esquerda e de viés progressista), quanto em contraidentificação (conservadores, fundamentalistas, religiosos, etc.).

Os valores evocados por Jean Wyllys também são aqueles que se entrelaçam com sua trajetória de deputado federal, como a defesa aos direitos humanos em todas suas interfaces e a abordagem de temas que são considerados progressistas. Jean também é notoriamente conhecido por ser militante da causa LGBT, um tema que é pautado desde sua projeção inicial à fama pela participação no BBB 5.

Pedro Paixão
Graduando em Comunicação Social na UFMG
Bolsista de Iniciação Científica pelo GrisLab

Biografia

Jean Wyllys de Matos Santos nasceu no dia 10 de março de 1974, na cidade de Alagoinhas, interior do estado da Bahia. É o quarto filho de família pobre; sua mãe trabalhava como lavadeira e empregada doméstica, e o pai como mecânico de automóveis.

Desde a infância até a vida adulta, sofreu bullying devido aos seus trejeitos afeminados, mas não se “adequava” e por vezes enfrentava os agressores. Mudou-se para Salvador aos 14 para cursar ensino médio técnico e, após a conclusão, foi aprovado no vestibular para o curso de Jornalismo da Universidade Federal da Bahia, onde também conseguiu o grau de mestre em Letras e Linguística.

Trabalhou como professor em faculdades privadas até ser selecionado para a quinta edição do Big Brother Brasil, em 2005, onde venceu o reality show e ganhou 1 milhão de reais. Graças à militância e a visibilidade midiática alcançada pela participação no BBB, foi cortejado por diversos partidos políticos até se filiar ao PSOL, por onde concorreu como deputado federal pela primeira vez nas eleições de 2010. Na sua segunda eleição, em 2014, foi o sétimo mais votado pelo estado do Rio de Janeiro, eleito com 144.770 votos.

Seu período como parlamentar foi marcado pela defesa dos direitos humanos e de pautas progressistas. Devido à sua atuação política, Jean foi eleito um dos 50 maiores nomes que defendem a diversidade no mundo pela revista The Economist, ao lado de Barack Obama e Dalai Lama. Apresentou, de 2014 a 2017, o programa Cinema em outras cores no Canal Brasil, que exibia e discutia curta-metragens de temática LGBT e outras diversidades.

Desde 2016, Jean teve seu nome envolvido em várias fake news de ampla repercussão na Internet e, em 2018, sua amiga e companheira política Marielle Franco foi assassinada no Rio de Janeiro, o que o levou a solicitar escolta policial e um carro blindado, pagos com sua cota parlamentar. Apesar de ter sido eleito para um terceiro mandato, Jean desistiu do assento e resolveu se exilar do país em janeiro de 2019, citando ameaças de morte, as fake news e o clima de insegurança pós-vitória de Jair Bolsonaro como os maiores motivadores. Atualmente ministra palestras na Europa e escreve uma coluna para o site Uol.