Nosso Radar de Celebridades tem com objetivo identificar e apresentar um grande painel das celebridades de nosso tempo - figuras públicas brasileiras que têm alcançado destaque e adesão junto a públicos significativos.
Campo de exposição
Com produções atemporais, as obras do cantor, que antes eram acessadas somente através de discos e shows, atualmente também estão disponíveis em plataformas de streaming, como o Spotify. Nesta plataforma, na qual o cantor possui mais de 1 milhão de ouvintes mensais, encontram-se todos os seus álbuns, tanto solo quanto da época do Barão Vermelho. Cazuza também possui redes oficiais em seu nome. No Instagram e TikTok, locais muito usados para o compartilhamento de memórias referentes a sua trajetória, já são, respectivamente, 122 e 100.8 mil seguidores. Já no YouTube, onde também se encontram várias obras do artista, são quase 180 mil inscritos. No Twitter e Facebook, são apenas 1.866 seguidores e 22.210 curtidas, respectivamente.
(Dados coletados em 05/12/2022)
Acontecimentos
Públicos/valores evocados
Cazuza nasceu e passou parte da juventude no sanguinário regime militar. A revolta e a visão progressista são o reflexo de uma geração pautada na doutrinação e ausência de liberdade de expressão. Por esse motivo, Cazuza fazia parte e se comunicava com um público jovem, questionador e inconformado que se aliava a movimentos de esquerda e enxergava na música dele uma forma de resistência. Além disso, se mostrou muito pertinente ao trazer a público o seu quadro médico naquele contexto, o qual carrega tabus até os dias atuais. Sendo assim, sua imagem evoca valores como da juventude, liberdade, rebeldia e transgressão.
Apesar disso, por nascer em uma família de classe média alta, o cantor também possuía comportamentos frutos de uma criação pomposa e abastada. Isso não condizia com as críticas que fazia em suas canções e muito menos com a situação econômica em que grande parte do público-alvo dele se encontrava, uma vez que a década de 1980 foi marcada por alto nível de desemprego e inflação descontrolada, o que resultou no apelido de “década perdida”. Nesse contexto, então, aflora um ponto de tensionamento em sua trajetória.
Autor: Isadora Correa de Moura Rodrigues, graduanda em Jornalismo (UFMG).
Coautor: Amanda Nascimento, graduanda em Relações Públicas (UFMG) e bolsista de Iniciação Científica do GRIS/UFMG (CNPq).