Nosso Radar de Celebridades tem com objetivo identificar e apresentar um grande painel das celebridades de nosso tempo - figuras públicas brasileiras que têm alcançado destaque e adesão junto a públicos significativos.
Campo de exposição
O principal meio usado por Conceição Evaristo para difundir o ativismo em defesa da cultura negra no país é através da literatura, com romances, contos e poemas. A escrevivência e obras podem ser acessadas por plataformas como Amazon, Lojas Americanas, Mercado Livre e diversas livrarias pelo país. Ela também participou de programas televisivos, no formato de entrevista, a exemplo do Roda Viva, na TV Cultura.
Nas redes sociais, Conceição Evaristo possui cerca de 218 mil seguidores no Instagram e 118 mil seguidores em sua página do Facebook.
(Dados coletados em 11/11/2022)
Acontecimentos
Públicos e valores evocados
Entendendo a importância e o foco das temáticas abordadas por Conceição Evaristo, que dizem respeito à vivência de mulheres negras num cenário de desigualdade brasileira, os públicos que seguem tal celebridade, compartilham de tais valores, buscando denunciar as opressões raciais e de gênero que são presentes no Brasil. Também defendem a maior presença de pautas, nos meios de comunicação, que recuperem a ancestralidade da negritude no país.
Por fim, os valores defendidos potencializam a “Escrevivência”, termo cunhado por Conceição Evaristo e que diz respeito a um lugar onde as mulheres negras são donas da escrita, que conseguem evocar o passado, as experiências e os relatos do cotidiano através da literatura.
Sobre os tensionamentos gerados diante da imagem de Conceição Evaristo, encontra-se sua não eleição para ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL). Sua motivação para tal candidatura tem a ver com todo o ativismo que defende na escrita: questionar e expor ambientes onde faltam representatividades negras e femininas, tal qual a Academia.
Tudo começou após provocações nos meios de comunicação sobre como é mínima a presença de minorias sociais na ABL, e o nome de Conceição Evaristo foi citado. A partir daí, eclodiram nas redes sociais grandes mobilizações apoiando a autora.
Apesar da repercussão popular no assunto, a disputa contou com 11 candidatos, e afirma-se que a derrota da escritora já era esperada: existem regras não-escritas que dificultam a entrada à ABL, não apenas fazendo protocolos de silêncio, como já tendo apoio interno da Academia.
E tudo isso gera questionamentos nos espaços públicos ao trazer à tona a estranheza e a raridade que é ter escritoras negras sendo reconhecidas nos meios de comunicação, bem como no mercado editorial.
Autores: Gabriela Francine, Giulia Di Napoli e Maria Eduarda, graduandos em Jornalismo (UFMG)
Coautor: Amanda Nascimento, graduanda em Relações Públicas (UFMG) e bolsista de Iniciação Científica do GRIS/UFMG (CNPq)