Nosso Radar de Celebridades tem com objetivo identificar e apresentar um grande painel das celebridades de nosso tempo - figuras públicas brasileiras que têm alcançado destaque e adesão junto a públicos significativos.

Conheça a proposta

Gilberto Gil

Campo de exposição

Os shows que promove, mas também a participação em festivais musicais e/ou de viés sociopolítico, no Brasil e ao redor do mundo, são os principais campos de exposição de Gilberto Gil. As aparições nos meios de comunicação, por meio de entrevistas e participações episódicas, e nas redes sociais (suas e de seus parceiros) também são importantes espaços de visibilidade. 

Gil tem 2,5 milhões de ouvintes mensais no Spotify, 2,5 milhões de seguidores no Twitter, 1,6 milhão de seguidores no Instagram, 1,5 milhão de seguidores no Facebook e 259 mil inscritos em seu canal no YouTube.

(Informações coletadas em 18/09/2020)

 

Acontecimentos

1967

  • Participação marcante no III Festival de Música Popular Brasileira, junto aos Mutantes, com a música “Domingo no parque”;

1968

  • Funda e integra o movimento tropicalista;

1969

  • Prisão por 60 dias em quartel no Rio de Janeiro e exílio em Londres;

1970

  • Em Londres, divide o palco do Royal Festival Hall com Caetano, primeira de muitas apresentações que faria em teatros da Europa nos anos de 1970 e 1971;

1972

  • Retorno ao Brasil e lançamento do álbum “Expresso 2222”;

1976

  • Preso em flagrante por consumo de maconha, em Florianópolis, Santa Catarina;

1977

  • Viaja a Lagos, na Nigéria, para participar do II Festival Mundial de Arte e Cultura Negra – a partir daí passa a incluir a temática afro em suas canções;

1978

  • Primeiro brasileiro a se apresentar no Festival Internacional de Jazz de Montreux, na Suíça; 

1987

  • Torna-se presidente da Fundação Gregório de Matos, instituição vinculada à Secretaria de Cultura de Salvador voltada para a promoção da cultura afro-brasileira;

1988

  • Lança-se pré-candidato a prefeito de Salvador, mas tem a candidatura vetada pelo Partido Democrático Brasileiro (PMDB) da Bahia. É eleito vereador de Salvador (o mais votado à época), com 11.111 votos; 

1990

  • Filia-se ao Partido Verde (PV);
  • Perde o terceiro filho, o baterista Pedro Gil, em um acidente de carro;

1995

  • Apresenta-se ao lado de Stevie Wonder no Free Jazz Festival, que trouxe ao Brasil grandes nomes da música, como Nina Simone e Ray Charles;

1999

  • O álbum “Quanta  Live” foi eleito o álbum do ano na categoria “World Music” do Grammy;
  • Reconhecido como “Artista pela Paz” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO);
  • Reconhecido com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura;

2003

2006

  • O álbum “Eletracústico” vence o Grammy de melhor álbum na categoria “World Music” contemporâneo;

2016

  • É acometido de uma síndrome cardiorrenal cujo tratamento requer internações mensais durante todo o ano de 2016;
  • O álbum “Dois Amigos, um Século de Música”, em parceria com Caetano Veloso, ganha o 27º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Álbum de MPB;

2019

  • O álbum “OK OK OK”, de 2018, vence o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira;

2020

  • Comemora o aniversário de 78 anos com a live “Fé na Festa do Gil”,  festa junina em prol de profissionais dos bastidores da música parados por conta da pandemia do novo coronavírus.

 

Públicos/valores evocados

Com uma carreira consolidada que lhe confere reconhecimento para além do fazer artístico, os públicos e valores evocados por Gil passam, sem dúvida, pela articulação que ele promove desde o início da carreira entre arte e política.

Da resistência ao regime ditatorial na década de 1960 à defesa do software livre e da liberdade digital nos anos 2000, a produção de Gil tem se misturado com a sua atuação política, como cidadão e como político. A valorização da cultura afro e da diversidade cultural, o envolvimento com a questão socioambiental e a defesa da democracia e de princípios ligados à solidariedade marcam não apenas suas canções, mas também posturas e discursos públicos. 

A relação com a família também é algo forte na expressão pública de Gilberto Gil, que sempre envolveu familiares na carreira: atualmente Bem e José fazem parte da sua banda (Bem também produtor); a esposa Flora administra a Gegê Produções e não são poucas as aparições e homenagens musicais (em suas redes sociais ou mesmo na mídia e em shows) com e para filhos, netos e bisneta. Talvez por isso, também, o apreço pelo artista atravesse gerações, como é o caso dos que escrevem este texto, pai e filha, ambos admiradores da obra de Gil.

 

Cecília Bizerra Sousa, jornalista, doutoranda em Comunicação Social (UFMG) e pesquisadora do GRIS
Luimar de Oliveira Sousa, professor da rede municipal de Teresina (aposentado) e músico

Biografia

Gilberto Passos Gil Moreira, conhecido no Brasil e no mundo como Gilberto Gil, nasceu em 26 de junho de 1942, em Salvador, Bahia, mas passou a infância na cidade de Ituaçu, no interior do estado. Filho do médico José Gil Moreira e da professora Claudina Passos, Gil é cantor, compositor, multi instrumentista, produtor musical e um dos nomes mais reconhecidos da música brasileira, nacional e mundialmente.

Aos 9 anos, quando se mudou com a família para Salvador, contou com o estímulo da mãe para estudar música, passando a fazer aulas de acordeon, já que era fã de Luiz Gonzaga. Aos 17, descobre a Bossa Nova, que também o influencia musicalmente, e o violão passa a ser o seu instrumento. Aos 19, vai estudar Administração de Empresas na Universidade da Bahia, e, em 1963, aos 21 anos, conhece o amigo Caetano Veloso, com quem inicia uma parceria musical e afetiva que dura até hoje. Entre 2015 e 2016, os dois celebraram juntos 50 anos de carreira com o show histórico “Dois Amigos, Um Século de Música”, registrado em CD e DVD. 

Ainda na década de 1960, junto a Caetano e a outros artistas da época, Gil inaugura o Movimento Tropicalista, que marca a história brasileira com criações libertárias e críticas ao regime ditatorial. O ativismo acaba por provocar sua saída forçada do país, em 1969. Meses antes do exílio, Gil passa 60 dias preso em um quartel no Rio de Janeiro e é após a saída da prisão que compõe a famosa canção “Aquele abraço”, um dos seus maiores sucessos.

Após a volta do exílio em Londres, onde ficou até 1971, segue com uma vasta produção fonográfica, que lhe garantiu ao longo da carreira a venda de cerca de 4 milhões de cópias de discos, 9 Grammys, além de vários outros prêmios e reconhecimentos. Dentre os quase 60 álbuns produzidos, estão os célebres: Expresso 2222 (1972); Refazenda (1975); Extra (1983); Parabolicamará (1991); Quanta (1997); Gilbertos Samba (2014) e OK OK OK (2018). Este último, que traz canções sobre a necessidade de se posicionar politicamente, sobre a família e sobre a experiência da doença, rendeu ao artista o Grammy Latino em 2019 na categoria “Melhor Álbum de Música Brasileira”. 

Além do engajamento político, que inexoravelmente reflete em sua produção artística, Gil também tem marcante participação na política institucional, já tendo exercido os cargos de 

presidente da Fundação Gregório de Matos (1987-1988), autarquia ligada à Secretaria de Cultura de Salvador; de vereador na capital baiana (1989-1992) e de ministro da Cultura nos governos do presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003-2008). 

O artista casou-se quatro vezes e teve oito filhos. Desde 1981, é casado com Flora Gil, empresária e produtora. Pedro Gil, terceiro filho do cantor, morreu em fevereiro de 1990, aos 19 anos, num acidente de carro. Assim como Pedro, que era baterista, a maioria dos filhos têm relação com o meio artístico, como a cantora e atriz Nara Gil; a cantora, atriz e empresária Preta Gil (irmã de Pedro); os músicos Bem Gil e José Gil e a apresentadora de televisão e nutricionista Bela Gil.