Nosso Radar de Celebridades tem com objetivo identificar e apresentar um grande painel das celebridades de nosso tempo - figuras públicas brasileiras que têm alcançado destaque e adesão junto a públicos significativos.

Conheça a proposta

Ludmilla

Campo de exposição: onde Ludmilla é acessada?

A artista tem uma presença marcante nas redes sociais digitais. Seu perfil no Instagram tem cerca de 11,4 milhões de seguidores. Também possui 6,9 milhões de curtidas em sua página oficial no Facebook e 3,3 milhões de seguidores no Twitter.

Seu canal oficial no YouTube, criado em 9 de junho de 2014, tem mais de 4 milhões de inscritos e acumula 952.298.664 visualizações. No Spotify, tem cerca de 3,5 milhões de ouvintes mensais.

(Dados coletados em 6 de outubro de 2018)

 

Acontecimentos: o que tem marcado a aparição pública de Ludmilla

  • Em 2013, Ludmilla rompeu contrato com o antigo empresário. Em consequência disso, foi forçada a abandonar o nome artístico de MC Beyoncé, que era propriedade registrada do antigo escritório, e passou a utilizar seu nome de batismo.
  • A artista foi vítima de racismo diversas vezes, tanto na Internet (através de contas fakes nas redes sociais digitais) quanto por personalidades da mídia. A socialite Val Malchiori declarou, em 2016, que o cabelo de Ludmilla parecia “Bombril”; e em 2017, o apresentador do Balanço Geral no Distrito Federal, Marcão Chumbo Grosso, chamou a artista de “pobre e macaca” ao vivo.
  • Foi contratada, em junho de 2018, para cantar numa festa promovida pelo ditador Teodoro Obiang Mangue, vice-presidente da Guiné-Equatorial, considerado um dos regimes mais repressores do mundo por várias organizações de direitos humanos. Após a repercussão negativa, negou que o show seria para o ditador e se recusou a revelar o nome do contratante.
  • Em julho de 2018, lançou Din din din, música feita a partir de um meme da própria artista, que viralizou durante a época da Copa do Mundo; depois, foi amplamente utilizada em publicidade e programas de televisão.

 

Públicos e valores que Ludmilla evoca

Ludmilla possui uma forte adesão entre o público LGBT. A artista se apresentou na Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro, em 2016, e na de Madureira, em 2017; o clipe de Cheguei, também de 2017, tem a participação da cantora drag queen Lia Clark e várias placas com escritos como “Gay é OK” e “Don’t be a drag, just be a queen”.

O público das periferias também é mobilizado pela artista, especialmente por suas raízes ligadas ao funk. Apesar da virada ao pop a partir de 2014, Ludmilla continuou investindo no ritmo carioca, regravando alguns hits do início da carreira e lançando novas canções do gênero.

Ludmilla evoca fortes discursos sobre a mulher. No início da carreira, se posicionava de forma embativa contra a figura da garota “recalcada”. Após assinar com a Warner, esse discurso se atenuou, mas continuou presente em algumas músicas. Ela se declarou feminista em 2014, mas, em 2015, disse que já não se considerava mais parte do movimento. Apesar da mudança, defende a liberdade e a independência feminina em suas canções.

A artista também toca em questões raciais. Ludmilla foi vítima de racismo diversas vezes e tomou medidas legais contra os agressores. Ela frequentemente comenta sobre o preconceito e dificuldades enfrentados pelos negros em entrevistas. Mesmo que esses posicionamentos se relacionem com pautas do movimento negro, Ludmilla rejeita, em diversos momentos, o rótulo de militante de qualquer causa. Ainda assim, reconhece que é uma figura importante de representatividade negra, feminina e periférica no Brasil.

Pedro Paixão 
Graduando em Comunicação Social na UFMG
Bolsista de Iniciação Científica pelo GrisLab

Biografia

Ludmilla Oliveira da Silva, mais conhecida como Ludmilla e anteriormente como MC Beyoncé, nasceu no dia 24 de abril de 1995, na cidade do Rio de Janeiro. Foi criada pela mãe, Silvana Oliveira, e o padrasto no subúrbio de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Não mantém contato com o pai, que abandonou a família quando a artista ainda era criança.

A família percebeu o potencial musical quando Ludmilla, com oito anos de idade, começou a cantar em rodas de pagode com o grupo musical do padrasto. Adotou o primeiro nome artístico na adolescência (inspirada pela cantora norte-americana Beyoncé Knowles) e começou a postar covers de cantores internacionais no YouTube, que não atraiam muitas visualizações.

Tudo mudou em 2012, quando se apresentou em um baile funk e improvisou as rimas, fazendo sucesso entre o público; a partir daí, passou a ser requisitada para outros shows no Rio de Janeiro. Foi apresentada pelo tio ao produtor MC Roba Cena, com quem gravou sua primeira música, Fala mal de mim, que acumulou mais de 19 milhões de visualizações no YouTube.

Tornou-se um fenômeno nacional, sendo requisitada para participações em programas de televisão e shows em todo Brasil. Em julho de 2013, anunciou que estava rompendo com MC Roba Cena e que não poderia mais se apresentar como MC Beyoncé, pois o nome artístico pertencia ao escritório do antigo empresário. Assinou com a gravadora Warner Music e adotou, então, o primeiro nome de batismo, Ludmilla. Na nova fase da carreira, Ludmilla adaptou o funk carioca para uma sonoridade mais pop e gravou dois álbuns, Hoje (2014) e A danada sou eu (2016); o último foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa em 2017. Muitas músicas dos CDs foram hits nas rádios brasileiras e serviços de streaming, com destaque para Te ensinei certim, 24 horas por dia, Hoje, Bom e Sou eu. Para além do cenário musical, tornou-se empresária e abriu, junto com a mãe, um salão de beleza especializado em perucas lace front, que atende clientes como Pabllo Vittar e Anitta.