Nosso Radar de Celebridades tem com objetivo identificar e apresentar um grande painel das celebridades de nosso tempo - figuras públicas brasileiras que têm alcançado destaque e adesão junto a públicos significativos.
Onde Xuxa é acessada?
Xuxa ascendeu e se consolidou na fama através da televisão. Fez sua estreia na Rede Manchete e passou a maior parte da carreira na Rede Globo, onde permaneceu por 29 anos. Atualmente apresenta o programa The Four Brasil, na Rede Record.
A artista também apresenta o programa Geração Xuxa no serviço de streaming PlayPlus, da Rede Record. A atração é destinada ao público infantil e recebe convidados mirins, famosos e influenciadores digitais para entrevista.
Com a sua presença nas redes sociais digitais, Xuxa acumula 6,6 milhões de curtidas no Facebook, 9,8 milhões de seguidores no Instagram e 2,6 milhões de seguidores no Twitter.
Seu canal do YouTube, com músicas e clipes, tem 1,9 milhões de inscritos e mais de 1,5 bilhão de visualizações. Possui outro, o Canal X, que funciona como uma espécie de vlog onde Xuxa dá detalhes sobre a vida pessoal e mostra os bastidores da vida profissional; este acumula 194 mil inscritos e mais de 10 milhões de visualizações.
(Dados coletados em 22/06/2019)
Acontecimentos
– Relacionamento com figuras públicas
Ao longo de sua vida, Xuxa se relacionou com várias figuras públicas brasileiras, como o jogador de futebol Pelé, o piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna, e o ator Luciano Szafir. Todos esses relacionamentos foram altamente publicizados não só por parte de veículos que se dedicam a cobrir a vida de famosos e dos públicos, mas também pela mídia tradicional. Sua vida amorosa também era alvo de especulações, como uma suposta relação entre Xuxa e Michael Jackson.
– Incêndio no estúdio do Xuxa Park
Em 2001, um curto-circuito causou um incêndio que interrompeu as gravações do Xuxa Park, destruindo cenários e causando ferimentos às crianças e adultos presentes. O programa foi cancelado após o incidente, e Xuxa chegou a cogitar a aposentadoria depois disso.
– Abuso sexual
Em 2012, em uma entrevista ao Fantástico, Xuxa revelou que havia sofrido abusos sexuais durante a infância. As agressões duraram até seus 13 anos e foram cometidas por homens próximos à família e um professor. Segundo Xuxa, o trauma levou-a a lutar e defender os direitos das crianças e adolescentes; sua decisão de fazer a revelação em rede nacional tinha com objetivo fortalecer a campanha de conscientização contra o abuso infantil.
– Saída da Rede Globo e ida para a Rede Record
Em 2015, e após 29 anos de Globo, Xuxa rompeu o contrato com a emissora. A apresentadora estava há mais de um ano fora do ar, e seu salário havia diminuído de R$ 1 milhão para R$ 250 mil. Após muita especulação, foi confirmada sua ida para a Record, que organizou uma coletiva com transmissão ao vivo, participação de apresentadores da casa, diversos veículos de imprensa e fãs. Foi anunciada pela emissora como “uma das maiores contratações da história recente da TV”.
Públicos e valores evocados
O principal público que se relaciona com Xuxa, considerando sua trajetória célebre, é o infantil. Ela é nacional e internacionalmente conhecida como a Rainha dos baixinhos, evidenciando o lugar central dessa relação na constituição de sua imagem pública. Xuxa dedicou a maior parte de sua vida pública e midiática atendendo esse público, estrelando programas, projetos audiovisuais, turnês e acumulou feitos por isso: vencedora de dois Grammys Latino de melhor álbum infantil; recorde de álbum infantil mais vendido do mundo (Xou da Xuxa 3, 1988) reconhecido pelo Guinness World Records; maior bilheteria acumulada do cinema brasileiro com 28 milhões de espectadores, entre outros.
Xuxa também é ativista pelos direitos da criança e adolescente. Algumas de suas ações são: a criação da Fundação Xuxa (atual Fundação Assistencial Angelica Goulart), em 1989, que busca promover e assegurar os direitos da infância e adolescência, e se tornou referência nacional em trabalho e desenvolvimento social; o lançamento, com o então presidente Lula, da campanha nacional Não bata, eduque!, em 2007; a promoção da lei que torna hediondo o crime de exploração sexual de menores, que foi sancionada pela então presidenta Dilma Rousseff, em 2014.
Xuxa evoca valores de família, um público que também foi mobilizado durante sua passagem pela Rede Globo. A partir dos anos 1990, começou a apresentar programas destinados às famílias nas tardes do fim de semana.
A presença desses valores e públicos na composição da imagem pública de Xuxa fica evidente quando é contrastado ou tensionado com acontecimentos que evocam sentidos opostos: o filme Amor estranho amor, de 1982 (que contém cenas íntimas com uma criança de 12 anos e nudez da apresentadora), e a capa da Playboy de dezembro do mesmo ano, por exemplo, são elementos dissonantes na imagem construída pela apresentadora. Por isso, frequentemente são motivo de interesse e atenção, seja pelo público ou por mídias sensacionalistas. A própria Xuxa tomou providências para neutralizar esses elementos estranhos: ela comprou os direitos autorais do filme e o retirou de circulação; em 2011, ganhou uma ação contra o Google que proíbe que o buscador associe o seu nome com o termo pedofilia.
A vida privada de Xuxa sempre foi alvo de muito interesse, especulação e exposição, e a apresentadora já declarou que esse é “o preço mais alto a se pagar pela fama”. Seus relacionamentos e acontecimentos de ordem privada também se tornavam acontecimentos públicos, motivados pelo interesse da mídia e dos públicos. O nascimento de sua filha Sasha, por exemplo, foi noticiado no Jornal Nacional, com uma matéria de 10 minutos.
Pedro Paixão Rocha
Graduando em Jornalismo pela UFMG e bolsista de iniciação científica do Gris