Nosso Radar de Celebridades tem com objetivo identificar e apresentar um grande painel das celebridades de nosso tempo - figuras públicas brasileiras que têm alcançado destaque e adesão junto a públicos significativos.

Conheça a proposta

Marília Mendonça

Campo de exposição: onde Marília Mendonça é acessada?

Marília Mendonça se apresenta em cidades por todo o país e começa a fazer tours também pelos EUA e Europa. Sua produção fonográfica também é muito tocada nas rádios e plataformas de streaming. Além disso, com frequência dá entrevista para jornais e mídia especializada e participa de programas de entretenimento na televisão.

A cantora usa ativamente suas redes sociais para divulgar shows e produtos ligados à sua marca, posicionar-se sobre assuntos diversos, interagir com fãs e compartilhar seu cotidiano profissional e pessoal.

Possui 4,6 milhões de seguidores no Twitter e 7,5 milhões no Facebook. No Spotify tem 7,8 milhões de ouvintes mensais e em seu canal no YouTube se tornou a primeira artista brasileira a atingir a marca de 8 bilhões de visualizações. Nele são 15,3 milhões de inscritos.

(Dados coletados em 06/03/2020).

 

Acontecimentos: o que tem marcado sua aparição pública?

  • Ainda em 2016, com pouco mais de um ano de carreira como cantora, Marília Mendonça atraiu público de mais de 40 mil pessoas ao Sambódromo de Manaus, na gravação de seu segundo DVD, “Realidade”, lançado no ano seguinte;
  • “Infiel”, lançada em 2016, é a sétima entre as músicas brasileiras mais acessadas no YouTube (possui mais de meio bilhão de visualizações) e é considerada o marco das canções que a tornaram “rainha da sofrência”. A letra foi inspirada em um relacionamento de sua tia, Cristiane Dias, no qual foi traída;
  • Nas eleições de 2018, Marília Mendonça aceitou desafio de Daniella Mercury de aderir à campanha #EleNão. Em suas redes sociais, chegou a publicar vídeo de adesão, mas no mesmo dia postou que ela e sua família sofreram ameaças e que, por isso, pedia paz e expressava seu “profundo silêncio em qualquer questão que fosse política”. Celebridades apoiadoras da campanha, como Caetano Veloso, prestaram solidariedade à cantora. Além das ameaças, parte de seu público rejeitou o posicionamento afirmando que ela não entendia de política. Nesse sentido, no post Marília também pediu desculpas a mulheres que “acreditava estar defendendo” com seu ato e usou de ironia se desculpando com os homens “por acreditar que uma opinião não os feriria”;
  • Na plataforma Spotify, Marília Mendonça foi a artista mais ouvida no Brasil em 2019 e ocupa o segundo lugar entre os mais ouvidos da década no país. No Deezer ela foi, inclusive, a mulher mais ouvida no mundo em 2019;
  • Nesse mesmo ano, a artista venceu o Grammy Latino com o álbum de músicas inéditas “Todos os Cantos”, lançado em três volumes ao longo do ano. Esse material premiado integrou, na verdade, projeto homônimo maior:
  • entre 2018 e 2019, sua proposta foi realizar shows gratuitos em todas as capitais do Brasil, gravando o clipe de uma música para o álbum em cada uma delas. Mas nem tudo são flores: o evento em Belo Horizonte, em outubro de 2019, teve brigas, pessoas feridas e arrastões — de difícil controle, segundo a PM — devido ao limite de público autorizado para o evento (15 mil pessoas) ter sido ultrapassado. A cantora, que apenas lamentou o ocorrido, depois disso começou a receber “porta na cara” ao tentar marcar shows nas outras cidades, conforme desabafou. Saldo do projeto até o momento: 18 apresentações e clipes gravados, um documentário sobre os bastidores, nove capitais restantes e a promessa de continuidade em 2020.

 

Públicos e valores evocados por Marília Mendonça

“Eu falo sempre que Marília Mendonça canta o cotidiano das pessoas” — frase comumente repetida pela cantora em entrevistas e shows, revela o modo como ela explica sua arte e seu sucesso. Suas canções versam predominantemente sobre relacionamentos amorosos pelo viés romântico e sobretudo pelo ponto de vista da mulher. A “sofrência” se relaciona a temas como traição e superação, término e outros conflitos. E muitas das letras abordam a liberdade e empoderamento do corpo da mulher, de modo geral.

Nesse sentido, apesar de a definição de um público majoritário ser difícil em se tratando do popularíssimo sertanejo universitário, destaca-se o segmento feminino jovem e adulto. Se no início da carreira e consolidação do feminejo Marília e suas congêneres rejeitavam associação com o feminismo, julgando-o vitimista ou evitando o termo, hoje já falam mais abertamente sobre, começando a nomear como tal a independência feminina que vêm cantando. Elas reivindicam, no sertanejo, lugar de fala sobre relacionamentos, sexo/sexualidade e consumo de álcool, antes exclusivamente masculino.

Marília Mendonça também afirma com frequência que alcançou o sucesso sendo ela mesma, valorando, assim, seu carisma e autenticidade como atributos reconhecidos pelo público. Por outro lado, a rainha da sofrência admite que tem procurado desvincular a personagem de suas canções — criada junto aos fãs e tão demandada por eles — de sua imagem pessoal. Paralelamente, ela reclama da “cruz” da fama (não só por situações como o ocorrido na campanha “#EleNão”). Antes, brincava sobre conseguir “transformar [o próprio] chifre em lucro”; já nos últimos anos parou de gravar composições próprias, temendo generalização e superexposição, e tem buscado o equilíbrio entre tal personagem, sua imagem pública e sua vida pessoal.

A arte e trajetória de Marília Mendonça a pleno vapor, portanto, também problematizam valores ligados à exposição e identificação na cultura das celebridades e à liquidez de relacionamentos na contemporaneidade.

Samuel Silveira
Bacharel em Comunicação Social pela UFMG

Bolsista de Apoio Técnico do Gris

Biografia

Marília Dias Mendonça é uma cantora, compositora e instrumentista brasileira, inscrita no gênero sertanejo universitário e popularmente conhecida como “rainha da sofrência”, em referência à temática mais comum de suas canções. Ela também vem sendo considerada a maior expoente do feminejo.

Nascida em Cristianópolis (GO) em 22 de julho de 1995, é filha de Ruth Moreira Dias e Mário Mendonça, que morreu quando ela era adolescente. Marília foi criada em Goiânia, começou a se envolver com a música na igreja quando criança e aos 12 já compunha. Por volta dessa idade, ela também começou a se apresentar no “Cantinho da Viola” — bar de sua família na região sul da capital goiana.

A partir de 2011, suas composições começaram a fazer sucesso nas vozes dos sertanejos universitários João Neto & Frederico (“Minha Herança”), Henrique & Juliano (“Flor e o Beija-Flor”, “Até Você Voltar”), o falecido Cristiano Araújo (“É Com Ela Que Eu Estou”), entre outros.

É por meio desse êxito que Marília Mendonça se lança como cantora em 2014, através de EP homônimo. Assim, nos últimos seis anos, veio conquistando espaço e público no sertanejo universitário — antes  dominado por artistas masculinos — junto com Maiara & Maraísa, Naiara Azevedo, Simone & Simaria, inaugurando o chamado feminejo. Começando pelo nordeste do país, onde ganhou o epíteto “rainha da sofrência”, suas canções estão entre as mais ouvidas em todo o Brasil nas rádios e internet: “Infiel”, “Amante Não Tem Lar”, “Eu Sei de Cor”, “Ciumeira” e “Transplante” são algumas delas.

Entre 2015 e 2017, Marília namorou e noivou com o empresário paraibano Yugnir Ângelo. A cantora terminou o relacionamento e, publicamente, declarou estar muito jovem para algo tão sério. Em 2019, noivou com o também cantor e compositor Murilo Huff, após cinco meses de namoro. Ela engravidou no mesmo ano e em dezembro nasceu o primeiro filho do casal: Léo Mendonça Huff. A cantora retornou aos palcos em março do ano seguinte.

Até 2020, Marília Mendonça lançou 10 álbuns (incluindo EPs), 13 singles e 3 DVDs. Já recebeu 10 prêmios, faz, em média, 25 shows por mês e realizou parcerias famosas com outras estrelas do sertanejo e do funk — Maiara & Maraísa, Henrique & Juliano, Wesley Safadão, Anitta, etc.