Em entrevista à CNN Brasil, a atriz Regina Duarte minimizou a ditadura militar no país e as mortes pela pandemia da Covid-19. Seu ar indiferente em meio aos últimos acontecimentos provocou indignação e uma manifestação de repúdio com assinaturas de mais de 500 personalidades. Conhecida por defender políticos tucanos, Regina revelou atualmente que está mais alinhada ao pensamento e modus operandi bolsonarista.
Regina Duarte representa o governo Bolsonaro. Essa afirmação não surpreende, afinal, ela ocupa a cadeira de uma das secretarias instaladas em Brasília. No entanto, a entrevista que a ex-atriz global concedeu à CNN Brasil, gerando indignação de muitos, sobretudo, da classe artística, revelou que ela não só representa o governo.
Até então conhecíamos o seu lado pouco progressista ao apoiar Fernando Henrique Cardoso (PSDB), desde 1985 nas eleições municipais de São Paulo, depois em campanhas presidenciais, quando chegou a dizer que estava amedrontada, em 2002, com a chance de Luís Inácio Lula da Silva se tornar presidente. A atriz apoiou ainda João Dória (PSDB) na última eleição para a cadeira de governador de São Paulo. Nessa mesma época, Regina subiu ao palanque também de Bolsonaro dizendo que ele era um “homem doce” e brincalhão, justificando as declarações homofóbicas e sexistas que o então presidenciável havia dado. Em 2020, Regina foi convidada a ocupar o cargo de Secretária Especial de Cultura. E aceitou. Até aí, nada de surpresas.
Em entrevista à emissora recém-inaugurada no Brasil, Regina minimizou a gravidade da ditadura no Brasil.
Disse que “a tortura sempre existiu” e que “onde há vida, há morte”. A secretária chegou a rir quando falou sobre os óbitos registrados no período autoritário no país. Disse ainda que os jornalistas estavam “carregando um cemitério nas costas”. “Fiquem leves”, arrematou a atriz sobre as notícias relacionadas à pandemia da Covid-19. As declarações e a postura da secretária provocaram uma carta de repúdio assinada por mais de 500 personalidades.
Ao atacar a mídia, minimizar as consequências da ditadura e da pandemia, além de se revoltar quando foi questionada, a atriz se revelou como uma alegoria perfeita do ideal bolsonarista. A “Namoradinha do Brasil”, seu apelido (sexista e machista, diga-se de passagem) da década de 1970, alusão a uma pessoa meiga, doce e perfeita foi estilhaçado. Outra face da atriz foi revelada. O triste é que essa mesma face é compartilhada por vários outros brasileiros que minimizam a tragédia atual da pandemia — e a que está por vir — ao reivindicarem a reabertura do comércio em nome da “economia”. Afinal, devem compartilhar do mesmo (e repulsivo) pensamento da atriz diante de uma pandemia como essa: “onde há vida, há morte”.
Rafael Campos, jornalista e mestre em Análise do Discurso pela Faculdade de Letras (Fale/UFMG)
Essa “Senhora” não era considerada a Namoradinha do Brasil nos Anos de Chumbo de Ditadura, quando se Matava, Torturava, Prendia e se Exilava Indiscriminadamente no Brasil? É Chocante que ela tenha apoiado nas Eleições Presidenciais de 1989 , a figura Impoluta e Inatacável do, Falecido Governador Mário Covas e Hoje integre e Apoie Fanaticamente um Presidente e seu Governo de Celerados.