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A visita de Lula ao Papa Francisco incomoda os conservadores

A visita de Lula ao Papa Francisco debate temas como a pobreza, a desigualdade social e os problemas ambientais. O conservadorismo nosso de cada dia segue avançando e ignorando questões fundamentais para a nossa sociedade.

Foto: Ricardo Stuckert/AFP

Um encontro entre duas lideranças mundiais já é, por si só, um acontecimento. Lula e Papa Francisco se encontraram no dia 13 de fevereiro, no Vaticano.

O papel de liderança política de Lula e do Papa é inquestionável, e a importância deste acontecimento também. O encontro entre eles foi noticiado, mas não ganhou muita visibilidade na cobertura midiática, assim como outros gestos de solidariedade do Papa em relação à situação enfrentada por Lula nos últimos tempos. As notícias tratam do encontro e destacam que os temas discutidos por eles foram fome, desigualdade social, intolerância e questões ambientais. Também ganhou cobertura midiática a reação do general Heleno ironizando o encontro.

Em tempos difíceis como os atuais, chamamos atenção para o comentário marcado pelo discurso de ódio, e por uma polarização política, bem característica deste governo, feito pelo general. Os temas, de suma importância, que motivaram o encontro de Lula com o Papa, são ignorados no comentário. Assuntos de relevância mundial como a desigualdade social e as questões ambientais se tornam secundários para o general que está mais preocupado em atacar Lula e a esquerda. Um ponto que ilustra bem a realidade que enfrentamos hoje no Brasil: governantes que não se preocupam em governar para resolver os problemas concretos que afetam a maior parte da população.

Outro ponto que merece destaque nessa reflexão é o fato de que duas das maiores lideranças mundiais estão associadas a uma postura de identificação com os pobres. Por que será? A desigualdade social e a construção de um mundo mais justo e igualitário são as bandeiras defendidas por estes líderes. Este acontecimento evidencia a urgência desse debate.

E por fim, há que se compreender o quanto o conservadorismo avança em nosso país. Em um Brasil onde a maioria da população ainda é católica, o discurso conservador é forte a ponto de fazer com que o Papa, líder supremo da igreja católica (e muito admirado), seja criticado em virtude de um encontro para debater assuntos que deveriam guiar as preocupações de quem professa uma fé cristã.

Maíra Lobato, Mestra em Comunicação Social pela UFMG



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