Além de ter mais obstáculos em tarefas simples do dia-a-dia, como conversar com o caixa de supermercado, as pessoas com deficiência auditiva sofrem com outro grave problema: as informações cruciais sobre a Covid-19 não chegam para elas.
A pandemia do novo coronavírus atingiu uma proporção gigantesca, como nunca antes vista. Uma ameaça à vida, e principalmente à saúde mental. Todas as medidas de proteção foram tomadas para o combate ao Covid-19: máscaras de tecidos e faciais, luvas, álcool gel e distanciamento social.
Mas o uso da máscara dificulta muito a vida de uma parcela marginalizada e invisível da sociedade: os surdos e as pessoas que possuem algum tipo de deficiência auditiva.
Essas pessoas, em sua maioria, necessitam da comunicação visual, ou seja, fazem a leitura labial para compreender o diálogo e a comunicação. Além de ter mais obstáculos em tarefas simples do dia-a-dia, como conversar com o caixa de supermercado, as pessoas com deficiência auditiva sofrem com outro grave problema: as informações cruciais sobre a Covid-19 não chegam para elas.
Apesar de a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, ser obrigatória em todos os pronunciamentos oficiais, a mensagem nem sempre é compreensível, o que os torna totalmente à mercê de seus familiares ou outros surdos, que por muitas vezes passam a mensagem picada e incompleta.
A sensação de incerteza diante do que está acontecendo em sua volta desencadeia crises e danos emocionais. Segundo uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a crise aguda de ansiedade pulou de 8,7% para 14,9% e o de estresse agudo foi de 6,9% para 9,7%.
A falta de iniciativa do poder público para proteger os direitos das pessoas com deficiência é um agravante que precisa ser solucionado o quanto antes para evitar resultados catastróficos.
Laura Queiroga, publicitária e redatora, graduada em Comunicação Social pela PUC-MG