Não é só um jogo de smartphone, é muito mais que isso. É um game de realidade aumentada que se tornou um fenômeno no mundo inteiro. Mesmo antes de seu lançamento no Brasil, a maioria das pessoas já estava ciente da funcionalidade do aplicativo. Reações mistas ao redor do mundo configuram o acontecimento chamado Pokémon Go.
Pokémon Go é um jogo mobile free-to-play (do inglês, “gratuito para jogar”) de realidade aumentada, voltado para smartphones. Foi desenvolvido por uma união entre a Niantic, Inc., a Nintendo e a The Pokémon Company para os sistemas operacionais iOS e Android. O jogo foi lançado em julho de 2016 em alguns países do mundo e, no Brasil, no dia 03 de agosto. Fazendo uso do GPS e câmera de dispositivos compatíveis, o jogo permite aos jogadores um sonho antigo dos pequenos que assistiam ao desenho em meados dos anos 1990 e 2000: ser um Treinador Pokémon. O jogador pode capturar, batalhar, e treinar criaturas virtuais, chamadas de Pokémon, que aparecem nas telas de dispositivos como se fossem no mundo real. O jogador não tem apenas o poder de manipular um boneco animado, como no jogo The Sims. O jogador agora participa de fato do jogo graças à tecnologia de realidade aumentada e à Geolocalização; esse é um forte ponto para explicar o sucesso do game.
Pokémon Go foi lançado com elogios da experiência geral do jogo e do incentivo para a aventura no mundo real, embora salientando questões técnicas que eram aparentes no lançamento. Ele rapidamente se tornou um dos aplicativos móveis mais utilizados, logo após o lançamento e foi baixado por mais de 75 milhões de pessoas em todo o mundo.
No Brasil, seu lançamento foi mais que esperado: houve até um pedido do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), solicitando pelas redes sociais o lançamento do jogo no país antes de início dos Jogos Olímpicos.
As reações ao jogo no Brasil, como no mundo todo, dividem opiniões. Uns o veem como uma “modinha” hipnotizadora que está expondo as pessoas a situações perigosas. Assaltos nos estados de São Paulo, Espirito Santo, Goiás , entre outros, estão dominando manchetes em portais de notícia diariamente. É notável o enfoque midíático em cima do game. Existem até estudos da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) da Paraíba com o intuito de descobrir uma forma de bloquear o jogo no país inteiro, devido às situações de perigo a que os jogadores são expostos.
Há quem perceba o aplicativo com uma visão mais otimista. Há relatos de casos de superação, como de um jovem autista britânico com grande dificuldade de interação social. Ele aderiu ao game e foi estimulado a sair de casa, possibilitando relacionamentos sociais que são avanços no tratamento da doença. No Brasil, houve um caso parecido: um jovem do Espírito Santo obteve uma melhora no seu quadro depressivo devido à dinâmica do jogo. O aplicativo foi usado, também, para uma aula de matemática descontraída na Escola Técnica Estadual (Etec) de Itapeva (SP).
O Pokemon Go ganhou uma repercussão estrondosa aqui e no mundo, é um sucesso junto a pessoas de diversas idades. Mesmo os haters do game sabem a sua dinâmica e sua jogabilidade com realidade aumentada. Um jogo de smartphone que, pela forma como convoca, toca, captura a atenção e o tempo de tanta gente, tornou-se um acontecimento midiático, social.
Paulo Basílio
Graduando em Comunicação Social pela Puc-Minas
Voluntário de Iniciação Científica do Gris/UFMG